quinta-feira, 8 de março de 2018

Conversas d'Ouvido com Moon Preachers

Entrevista com os Moon Preachers, duo de rock psicadélico proveniente do Seixal. Rafael Santos e João Paulo Ferreira, descarregam elevadas doses de energia, com uma irreverência lactente e um sopro de loucura. Punk, garage rock, psych, não interessa o estilo desde que estejam sempre em alta rotação ligados à corrente eléctrica. Os Moon Preachers preparam a edição do aguardado debut "A Free Spirit Death", com o carimbo d'O Cão da Garagem, antecipamos esse lançamento e muito mais nesta edição das "Conversas d'Ouvido"...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Moon Preachers: Sinceramente, não sabemos bem.

Como surgiu o nome Moon Preachers?
Surgiu após o seguinte acontecer: No Verão de 2015, fomos acampar para o Gerês com os nossos amigos e vimos uma cobra enorme que estava em meia lua parada no chão mesmo perto das tendas. Ninguém se tinha apercebido que a bicha estava tão próxima de nós. Quase simultaneamente ao apercebermo-nos disto, uma amiga nossa, correndo, veio a chamar-nos do meio da floresta e, veemente, disse que tínhamos que ir ver uma coisa, ao que um amigo nosso respondeu “Deves estar armada em pregadora, tu é que tens de ver esta cobra!”. Mas a cobra tinha desaparecido.
Moon Preachers - "A Free Spirit Death"
Preparam a edição do disco de estreia “A Free Spirit Death”, já podem antecipar um pouco o que podemos esperar?
Potência, paixão e emoção.

O artwork, do futuro disco, estará a cargo do Rafael Santos?
Ainda não sabemos se vamos fazer mais algum disco.

Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Different exotic crazy time.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
Mecânica automóvel e Pintura.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Nós não somos músicos mas a maior vantagem é fazer uma coisa que é muito importante para nós, poder inventar e partilhá-lo com os outros. A maior desvantagem é a incerteza.

Quais as vossas maiores influências musicais?
Toda a música que tem a capacidade de acender o nosso fogo é gasolina para nós.

Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Ao vivo.

Qual o disco da vossa vida?
Ainda não conseguimos responder a uma pergunta tão difícil.

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
O “Linhas de Baixo” dos 800 Gondomar.

O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Não é recente, mas uma das melhores descobertas de sempre foi uma música do Tom Waits chamada “What’s He Building?”. E a “The Beast/Shake My Head” também é muito boa. São só exemplos.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Estragar-se material a meio de um concerto é muito embaraçoso.

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Neste momento, com alguém que toque saxofone.

Para quem gostariam de abrir um concerto?
MC5 e Oh Sees.

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
No palco principal do Paredes de Coura à meia noite no dia em que estiver mais gente.

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
Nick Cave e Parkinsons.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Tom Waits e Ty Segall.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
Um da Amy Winehouse. E MC5 e Sun Ra na mesma noite, no verão de 1967.

Têm algum guilty pleasure musical?
Não há guilty pleasures para nós.

Projectos para o futuro?
Tocar muito mais.

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
“Vocês são do Barreiro não são? Não, somos do Seixal.”

Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
"Walkin’ After Midninght" da Patsy Cline.

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
"Sempre Ausente" do António Variações.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Obrigado nós.

Ficamos agora com o electrizante som dos Moon Preachers e do single "I Keep My Soul Away", extraído do disco de estreia "A Free Spirit Death", com edição prevista para dia 16 de Março com o carimbo Cão da Garagem.

1 comentário:

  1. Ja tive a oportunidade de assistir a alguns concertos, desde o início da banda, na altura um pouco "embaraçados", mas têm vindo a melhorar a olhos (ouvidos) vistos, são um crescendo de energia e, espero, que continuem, humildes e a trabalhar com afinco, o dia de terem um grande palco está cada vez mais próximo e nessa altura facilmente chegarão a outras paragens onde os dialectos são diferentes. Um grande abraço. Jpires

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