sexta-feira, 9 de março de 2018

Conversas d'Ouvido com CAN CUN

Entrevista com CAN CUN, pela voz do compositor e vocalista Bruno André Azevedo. A banda conta ainda com Bruno Coelho (bateria) e Jorge Simões (voz, baixo, synth). Os CAN CUN, chegam directamente de Vila Real e consigo trazem uma dream pop melodiosa, que nos desafia os sentidos num delírio sonhador.
No dia em que editam o disco "Wanderlust", assumem o papel principal nas "Conversas d'Ouvido"...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
Bruno Azevedo: Provavelmente surgiu no momento em que me retiraram da barriga da minha adorável progenitora, mas é possível que tenha iniciado antes. O facto do meu pai ter sempre instrumentos em casa também deve ter ajudado.

Como surgiu o nome Can Cun?
Can Cun surgiu de um amontoado de dezenas de nomes que cada um propôs. Há qualquer coisa de intangível em cada nome que nos transporta para imaginários diferentes. Por alguma razão, os três parámos de procurar no momento em que surgiu este nome. A razão óbvia é o contraste entre a nossa região (Trás-os-Montes) e a cidade balnear mexicana, mas vai para além disso.
CAN CUN - "Wanderlust"
Editam hoje o disco “Wanderlust”, já podem antecipar o que podemos esperar?
Podem antecipar 10 músicas sobre viagens físicas, metafísicas e espirituais.

Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Não gostamos! Nunca tivemos problemas com rótulos, desde que nos sejam atribuídos pelos outros. Ainda assim, se nos apontarem uma arma à cabeça, responderíamos Dream-Pop-Rock-Psicadélico.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Qualquer forma de arte, mas especificamente, o cinema, que é uma importante fonte de inspiração nas minhas composições.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A vantagem óbvia é poder fazer aquilo que gostas. Há uma sensação única, que só quem é músico conhece, quando tocas pela 1.ª vez algo que compuseste. E poder mostrá-lo ao público que conheces e ao que nunca viste na vida, é extraordinariamente gratificante.
A desvantagem é tudo o resto. O mercado exíguo e a indústria sobrelotada não permitem um retorno financeiro digno. Isso obriga a uma ginástica muito grande para te desdobrares entre o teu emprego diário, família e o tempo necessário para investires na banda. No entanto, acaba sempre por compensar!

Quais as tuas maiores influências musicais?
Tento encontrar as minhas influências fora da música. É muito difícil criares algo que não seja contaminado pela música que ouves.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Depende das situações. Em casa, opto pelo vinil e CD. Fora de casa, o stream e mp3. É tudo uma questão de comodidade.

Qual o disco da tua vida?
Houve muitos, geralmente relacionados com fases diferentes da minha vida. Mas talvez escolha "Transatlanticism", de Death Cab for Cutie.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Em 2017 destacaria o "Somersault" dos Beach Fossils, e o "Routines" dos Hoops.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Neste momento, ando a ouvir, em loop, a versão live do álbum "Carrie & Lowell" de Sufjan Stevens. A versão de estúdio já era incrível, mas os arranjos ao vivo soam ainda melhor!

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Por acaso, no último concerto aconteceu a particularidade do Bruno Coelho (baterista) ter ficado preso no elevador à saída dos camarins. Com a agravante dele ser claustrofóbico! Por sorte foi no fim da atuação, acabou por ser salvo pelos Mirror People. Um abraço para eles, a quem o Bruno deve a vida!

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
A Emmy Curl, por ser de Vila Real, e por ter aquela voz incrível, é alguém com quem sempre imaginei poder colaborar.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
Tame Impala, porque são os Tame Impala.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
No Bataclan de Paris, por razões óbvias!

Qual o melhor concerto a que já assististe?
Bon Iver no Campo Pequeno.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Beatles e Pink Floyd. Algo me diz que já não terei essa oportunidade…

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Acho que somos obrigados, pela Constituição, a responder Woodstock, certo? (risos)
Mas qualquer tour dos Pink Floyd serviria.

Tens algum guilty pleasure musical?
Inúmeros. Mas geralmente são músicas avulso e não artistas!

Projectos para o futuro?
Neste momento estamos concentrados em fazer chegar o “Wanderlust” ao maior número de pessoas e locais que for humanamente possível.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
“O que comeste ao pequeno almoço?” Nunca me fizeram essa pergunta. Já agora, foi leite com cereais. Obrigado por perguntarem! (risos)

Que música de outro artista, gostarias que tivesse sido composta por ti?
Há uma música que, sempre que ouço, por alguma razão, fico com a sensação que fui eu quem a compôs. E nem sequer estou familiarizado com o restante trabalho do autor. A música chama-se "Fallss", de Bayonne e é incrível!

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Guardamos o melhor para o fim e terminamos assim, com a música dos CAN CUN e do disco "Wanderlust", editado hoje e que se encontra disponível para escuta através da plataforma Bandcamp.

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