sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Conversas d'Ouvido com Stolen Byrds

Entrevista com a banda brasileira de rock psicadélico/stoner rock Stolen Byrds, pela voz do guitarrista João Olivieri. Os Stolen Byrds são: Edwardes Net (voz), Guz Oliveira (guitarra), A.J.Filho (baixo), Bruno Abreu (bateria) e João Olivieri (guitarra). Formados em 2012, divulgaram dois anos depois o primeiro disco, Gipsy Solution, no ano transacto lançaram o LP homónimo. Este ano, editaram o terceiro álbum, 2019, altura ideal para os conhecermos melhor numa conversa descontraída com uma banda que já passou de promessa, a certeza...

Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
João Olivieri: Todos os membros possuem parentes músicos e entraram em contato com essa arte desde cedo. Quando nos conhecemos, compartilhamos muita música uns com os outros e a paixão só aumentou desde então.

Como surgiu o nome Stolen Byrds?
No início da banda, quando nos reuníamos em churrascos, tínhamos muita dificuldade para encontrar um nome que achássemos legal. Em uma dessas reuniões aqui em casa, fizemos um roda de violão no quintal e enquanto estávamos tocando, um pássaro pequeno pousou próximo a nós e ficou quieto, parecendo ouvir a música. Em questão de segundos, um gavião passou e agarrou o pequeno pássaro e saiu voando. O evento marcou tanto a nossa vida que resolvemos colocar esse o nome da nossa banda. Pássaros Roubados.

Stolen Byrds - "2019"
Editaram este ano o álbum “2019”, para quem ainda não ouviu o que pode esperar?
Muita energia! Dá pra notar o quão orgânico e sincero é esse registro.

Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Gostamos de dizer que é Rock mas não necessáriamente como soa o gênero músical mas sim com o que ele representa, que é liberdade. Nós fazemos música “livre”. Se compomos algo pesado hoje, nada impede que possamos tocar um samba amanhã.

Sabemos que planeiam uma digressão por Portugal, já têm datas?
Sim, iremos passar por Portugal no final de Novembro e início de Dezembro. Por enquanto temos apenas duas, que vai ser dia 29 de Novembro no Tokyo Bar em Lisboa e dia 30 de Novembro no Hard Rock Café no Porto. Mais duas ou três datas estão para ser fechadas.

Conhecem alguma coisa da música portuguesa?
Sinceramente não, o máximo que sabemos é que o fado é um estilo musical tradicional de vocês mas estamos muito dispostos a conhecer e apreciar a cultura portuguesa.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
Gostamos muito de futebol. Nossos assuntos durante as turnês se resumem a música e futebol (risos).

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A maior vantagem é poder fazer música e conhecer um mundo (literalmente) de coisas por conta dela. E isso ainda gera mais música. A maior desvantagem é que aqui no Brasil ainda há um pouco de preconceito com quem tenta viver da arte mas ao mesmo tempo a gente gosta disso, acaba se tornando mais uma motivação.

Quais as vossas maiores influências musicais?
Led Zeppelin, Beatles, Stones, Stooges, MC5, Os Mutantes, Black Sabbath. Isso não é nem um terço mas já dá para ter um ideia do que curtimos.

Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Somos fãs do vinil e temos essa preferência mas não deixamos de ouvir nada por conta do formato.

Qual o disco da tua vida?
Exile on Main St. (The Rolling Stones)

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
The Beautiful Game (Vulfpeck)

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Vulfpeck e Snarky Puppy têm sido meus últimos vícios musicais, tudo que eles fazem é espetacular. Bandas novas brasileiras também estão mexendo comigo. O Terno, Muñoz, Water Rats, Corona Kings, Hammond Grooves e por aí vai, tem muita coisa boa por aqui.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
O dono de uma casa de shows acabou com o nosso show em cima do palco porque estava muito alto e ele não tinha alvará no imóvel dele. Ficamos sem reação até o nosso baixista pegar o microfone e rebater educadamente o proprietário que foi incoveniente.

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
Jack White, Queens of the Stone Age, Mark Ronson, Kevin Parker. Temos uma lista enorme com nomes de peso (risos).

Para quem gostariam de abrir um concerto?
The Rolling Stones!

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
Rock In Rio, Glastonbury e Coachella.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
The Rolling Stones no Morumbi em São Paulo. Melhor show da minha vida.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Paul McCartney é um dos nossos grandes ídolos que está em atividade mas não conseguimos ver ainda.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Essa é fácil! Led Zeppelin no Madison Square Garden na gravação do The Song Remains the Same.

Tens algum guilty pleasure musical?
Não tenho não, difícil eu não gostar de algo. Assumo tudo o que gosto, o que não gosto é inútil pra mim.

Projectos para o futuro?
Vamos assinar com uma gravadora muito legal aqui no Brasil e queremos fazer muita música e viajar o mundo divulgando ela.

Que pergunta gostarias que te fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
A pergunta é “O que vocês pretendem fazer com essa quantia enorme de dinheiro?” e a resposta é “Irei morar no Vietnã a partir de agora” mas não tem por que perguntar isso pra nós, ainda não alcançamos esse patamar. (risos)

Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
"Jumping Jack Flash" dos Rolling Stones. A gente gosta muito dos Stones.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
No meu, eu gostaria que tocasse "My Way" com o Sinatra ou a trilha sonora final de Cinema Paradiso.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Terminamos ao som do single "In My Head", editado este ano...

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