quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Conversas d'Ouvido com DareWolf

Entrevista com os bracarenses DareWolf, em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"... Os DareWolf são: Guga (voz, teclas), B.Wylde (guitarra), Rui Pinto (guitarra), Bernardo Fernandes (baixo) e João Antunes (bateria) e apresentam um hard rock com nuances de Power Metal e um toque de glam. No ano passado lançaram o Ep de estreia, actualmente preparam a edição do primeiro LP, mesmo assim encontraram tempo, para uma "conversa d'ouvido"... 


Ouvido Alternativo: Como surgiu o nome DareWolf?
B.Wylde (B) A nossa banda começou a tocar com outro nome mas devido a mudanças de pessoal e som achamos que o nome se devia alterar. Como tocamos um misto de hardrock quase glam com powermetal queríamos algo que transmitisse o poderio do power/sinfónico com o sleaze do glam. Andamos às voltas até que surgiu este nome porque lobos e inverno é sempre épico e o facto de sermos destemidos trouxe a parte do Dare como Daredevil.


DareWolf - "Ep II-I"
Editaram no ano passado o EP II-I, que marcou a vossa estreia, para quem ainda não ouviu o que pode esperar?
B: O nosso EP acaba por ser uma demo para nos começarmos a mostrar. Para quem nunca ouviu nada nosso pode esperar uma miscelânea de hardrock anos 80 nas faixas "Poison Kiss" e "Paraíso", um lado mais sinfónico/épico com a introdução e "Freakshow" (que é suposto ouvir seguido) ou a nossa epopeia de 12 min "Silent Cry" e também um pouco de hardrock mais moderno com Keep Holding on. No fundo tentamos juntar os múltiplos géneros de que gostamos (mais em concreto eu e o vocalista e guitarrista Guga que somos os principais compositores) num só pacote.




Esse Ep conta com seis temas, um deles (“Paraíso”) cantado na língua de Camões, foi uma experiência sem exemplo, ou pensam voltar a compor em português?
B: A “Paraíso” é a nossa balada fofa para as meninas que foi composta a pensar bastante numa em concreto. Não é uma experiência sem exemplo porque tencionamos voltar a escrever em português, inclusive gravamos uma demo para inscrever no festival da canção que se chama "Ruas de Chuva" que se encontra no youtube. Para o primeiro álbum completo que tencionamos gravar agora para o fim deste ano não se encontra mais nenhuma em português ainda mas já há esboços de algumas para o futuro. Tínhamos também a intenção de realizar um projeto megalómano onde cantaríamos os Lusíadas no género Metal Opera pelo que nunca está de parte o cantar na nossa língua.

Como gostas de descrever o vosso estilo musical?
B: Citando o grande e falecido Lemmy “Nós tocamos Rock n’ Roll”. Se quisermos ser mais específicos e tentar classificar a nossa música num subgénero diríamos HardRock misturado com PowerMetal mas temos muitas influências desde thrash, glam, sinfónico, progressivo, heavy tradicional que tentamos juntar e dar o nosso cunho pessoal.

Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
B: Eu adoro desporto. Pratico rugby no Braga Rugby que actua na segunda divisão portuguesa e costumo jogar futebol todas as semanas também. Outra das coisas que mais gosto de fazer é comer pelo que consideraria gastronomia uma paixão (horrível a cozinhar no entanto). Embora quase se possa adicionar ao desporto, uma das minhas grandes paixões é o “wrestling”, eu sei que é parvo mas pronto… o misto de ballet com porrada agrada-me. (risos)

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
B: Nós como estamos a começar como banda e tocamos um género menos comercial, uma das grandes desvantagens é o esforço e luta que temos tido para começar a partilhar o nosso trabalho. Por outro lado tocar ao vivo, sentir a energia das pessoas e a adrenalina de estar em palco é das melhores sensações que se pode ter. Ao contrário do que nos foi levado a crer através de anos de filmes e séries, as miúdas não surgem do nada, o que é pena. (risos)

Quais as vossas maiores influências musicais?
B: Como já disse previamente, possuímos uma grande variedade de influências. Consideraria os Steel Panther e Tobias Sammet como as maiores influências para mim hoje em dia. No entanto Rhapsody of Fire, Império dos Sentados, Alter Bridge, Maiden e Metallica também se incluem facilmente para o resto da banda.

Como preferem ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
B e G: Lá em casa, ouve-se muito por stream, sobretudo Youtube. No entanto eu (B.Wylde) prefiro ouvir em cd no carro enquanto conduzo, seja para o trabalho ou treinos ou qualquer outra coisa que se tenha de fazer. Infelizmente não tenho ainda um leitor de vinil mas é daquelas coisas que está na lista para ser comprada, dá sempre um ar de classe a uma casa e permite ouvir enquanto se faz outras coisas com melhor qualidade.

Qual o disco da tua vida?
B: O primeiro disco que me deixou maravilhado foi o Moment of Glory dos Scorpions. Ainda era muito pequeno quando saiu mas lembro-me de um dia isso passar na RTP no programa dos Tops e achei a junção do barulho do Rock com a orquestra algo completamente divinal e algo que queria fazer para o futuro. No entanto, se contar, diria que o "Guitar Hero Metallica", embora não propriamente apenas um CD de música, aquele que mais me marcou e quando saiu ajudou a evoluir o meu gosto pela música mais pesada.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
B: Mais recentemente o CD que me deixou completamente maravilhado foi o novo dos Ghost. O EP Popestar. Tanto a "Square Hammer" que entra na cabeça e teima em não sair como a "Bible" que me deu arrepios ao ouvir são temas que marcam o EP que tem apenas 5 músicas algo genial. Se contarmos então com o CD completo que o antecedeu e que basicamente um é continuação do outro foi um conjunto que me marcou.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
B: Ultimamente tenho ouvido muito o novo single dos Crazy Lixx, Steel Panther e Fozzy. A descoberta musical mais recente que tenho ouvido bastante também são os Exit Eden que é um projeto de 4 cantoras que lançaram um CD de covers de músicas Pop conhecidas e transformaram em rock pesado. Ainda neste tipo de artistas tenho ouvido o youtuber Leo Moracchioli que também se especializou em transformar músicas em versões pesadas, umas funcionam melhor que outras mas acho a ideia engraçada.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
B: O pior que nos aconteceu foi este ano no concurso de bandas da UM. No solo inicial da "Paraíso" o meu cabo da guitarra saiu e ao tentar colocar tudo no sítio boicotei completamente o solo, só me apetecia sair do palco. Ainda nesse concerto rebentou-nos uma corda da guitarra do nosso outro guitarrista, e o microfone do cantor deixou de funcionar. Escusado será dizer que depois disto tudo não conseguimos passar a eliminatória e para sempre ficará na memória como o concerto amaldiçoado.

Com que músico/banda gostarias de efectuar um dueto/parceria?
B: A nível nacional e tendo em conta o nosso género musical gostaria de realizar um dueto com o Fernando Ribeiro dos Moonspell ou um concerto com o Rui Massena a dirigir a orquestra sendo o nosso Michael Kamen.

Para quem gostarias de abrir um concerto?
B: Metallica, ou de forma nacional Moonspell e Iberia.

Em que palco (nacional ou internacional) gostarias um dia de actuar?
B: Em termos de palcos nacionais gostava de atuar no Vagos Metal Fest em termos de festivais e claro os coliseus seria um sonho. Em termos internacionais o festival Wacken ou Download.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
B: O melhor espetáculo que já vi foi quando pude ver a tour conjunta de Europe, Whitesnake e Def Leppard em Santiago de Compostela. 3 das minhas bandas favoritas todas juntas a tocar cada uma quase 2h.
De destacar também Guns N' Roses este ano. Fui para lá porque me tinham oferecido o bilhete no Natal mas como toda a gente diz que o Axl já não canta direito desde 92 ia com as espectativas em baixo mas saí de lá deliciado com tudo.
A nível de bandas com menos sucesso comercial Dream Theather este ano no Coliseu do Porto e também Cauldron e Vulture em Braga que mesmo estando apenas 50 pessoas no público deram tudo e chamaram inúmeras pessoas para palco com eles.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
B: Iron Maiden, são deuses, Steel Panther e Avantasia são os nomes que infelizmente ainda não pude ver e que mais gostaria.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
B: Há muitos que adorava poder ter estado lá mas se só posso escolher um diria Seattle 89 dos Metallica.

Têm algum guilty pleasure musical?
B: Ui! tenho tantos mas a escolher o que mais me afeta hoje em dia seriam os DAMA. Esses e o "I want it that way" dos Backstreet Boys.
Guga (G): "Endless Road" dos Time Bandits

Projectos para o futuro?
B: Em relação ao futuro estamos agora a preparar-nos para começar a gravar o primeiro álbum completo. Álbum este que seria regravação do EP demo com algumas alterações e mais 6 músicas novas. Depois o objetivo seria dar o maior número de concertos possível. Como previamente dito, temos também o nosso sonho de gravar um álbum conceptual onde cantaríamos os Lusíadas que já começamos a trabalhar vagamente nele e temos já alguns esboços de músicas para um eventual segundo CD.

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
B: Porque raio és tão sensual? Nunca perguntaram isso e não percebo porquê. Claro que a resposta seria porque nasci assim. (risos)

Que música de outro artista, gostariam que tivesse sido composta por vocês?
B: "Stairway to Heaven". Para mim é a melhor música de sempre. 
G: Eu gostaria de ter composto o "Dawn of Victory" dos Rhapsody

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Antes de terminarmos ficamos ao som dos DareWolf e do single "Freakshow"...

4 comentários:

  1. Genial ou completamente arranja um bilhetinho para o bano!!!
    À patrão continua com a boa música

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  2. B.Wylde foi das poucas pessoas em Portugal que não foi descoberto por Júlio Isidro, mas que chegou a ser sócio do Clube Amigos Disney. É mais do que um músico, é mais do que um contador de histórias, é mais do que uma pessoa, são duas ou três, é Messi, é lagostim, é Olálá Olélé. Apelidado muito merecidamente de Júlio Iglésias português no grupo de amigos, podia muito bem dar origem a um movimento religioso com o seu nome. E seguidores não lhe faltariam. Nem locais para o celebrarem. Um beijinho para ti e para o rapaz da câmara da fã do Algarve ;)

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