domingo, 18 de junho de 2017

Conversas d'Ouvido com Pedro Galhóz (Organização do Proença-a-Nova RockFest)


Entrevista com Pedro Galhóz, compositor, guitarrista e agora o homem por trás da organização do Proença-a-Nova Rock Fest. Pedro Galhóz, tem uma vida dedicada à música, ex-Lovedstone, membro dos Plástica e mentor do projecto Pedro e os Lobos, aventura-se agora em colocar Proença-a-Nova no mapa dos Festivais de Verão. A primeira edição do Rock Fest, está a chegar e no cartaz encontramos os nomes de Peste & Sida, The Poppers, Bizarra Locomotiva, Fast Eddie Nelson e Insch. Nesta conversa descontraída falamos dos seus projectos, das suas paixões mas acima de tudo da primeira edição do Proença-a-Nova Rock Fest…

Ouvido Alternativo: Compositor e guitarrista, já sabíamos, mas desconhecíamos a tua faceta na organização de eventos, como surgiu a ideia do Proença-a-Nova Rock Fest? Quais as dificuldades que sentiste durante todo o processo?
Pedro Galhóz: Olá a todos.
A minha vida divide-se entre fazer música e gerir a minha agência, já tinha produzido alguns eventos no passado e agora surgiu um projeto em que acredito e aqui estamos com a primeira edição de um festival 100% nacional e 100% Rock.
Como pioneiro do movimento grunge em Portugal sempre me liguei a bandas e a todo o movimento ROCK, o facto de ter alguns amigos tornou as coisas mais fáceis de acontecer.

The Poppers, Peste & Sida, Bizarra Locomotiva, Fast Eddie Nelson, Insch, um luxo esta primeira edição?
O meu objectivo foi abraçar várias linhas diferentes dentro do Rock, acho que consegui.

Um cartaz que aposta na música portuguesa e junta novos talentos a nomes históricos, isso foi pensado desde o início?
De facto sim, esse é o conceito do festival, cruzar várias gerações.
É importante respeitar a história, sem esquecer o presente e o que poderá vir a ser o futuro.

Um festival com entrada livre, como se tornou possível?
O município de Proença-a-Nova acreditou no meu projecto, Proença-a-Nova é um local especial, com muita montanha e muito rio, uma atmosfera que convida a visitar, nada melhor que um festival de música para chamar as pessoas a conhecer este local único.

Que artista gostavas de ter tido nesta primeira edição ou numa edição futura?
Já estamos a pensar nisso, existem muitas bandas que gostaríamos de trazer ao festival, no entanto fica a promessa de tentar sempre fazer um grande cartaz com os meios ao nosso dispor.

O Proença-a-Nova Rock Fest é para continuar, ou ainda é cedo para futurologias?
Saberemos muto em breve, mas neste momento já se fala da próxima edição.

Não arranjaste uma vaga na cartaz para o “Pedro e os Lobos”? (risos)
(Risos, muitos !) programo a pensar num público e num conceito, sei que até poderia fazer sentido, talvez numa próxima edição.

Mudando um pouco de assunto queremos agora conhecer um pouco o Pedro Galhóz, como surgiu a paixão pela música?
Recordo-me de ter talvez seis ou sete anos, quando escutei os Beatles pela primeira vez, foi aí que tudo começou.

Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Gosto de viajar, viajar é aprender, é partilhar momentos e trazer histórias para contar.

Como preferes ouvir música? Cd, vinil, k-7, streaming, leitor mp3?
Cd, sem dúvida, é prático e ao mesmo tempo real, tocável.
Gosto de ler as letras, desfolhar o livro, etc... etc…

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Sem dúvida que está a matar, basta pensar em dois pormenores:
1. O valor gerado por um bem não pertence a quem produz esse mesmo bem e quem o produz, não entra na discussão do valor do bem que produz.
2. O valor atribuído a esse mesmo bem não garante qualquer tipo de subsistência a quem o produz, desvalorizando a música para valores nunca antes vistos.
Depois existem excepções e tentam iludir os músicos apontando essas excepções negociadas nos bastidores da indústria.

Qual o disco da tua vida?
Essa é difícil (risos), escolher apenas um é excluir todos os outros, por isso não assumo esse papel.

Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Foi sem dúvida o último do Scott Matthews “Home Part 2“.

O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Muita música Americana da chamada new folk, até porque tenho alguns amigos Americanos que me mostram coisas fantásticas e muito simples cheias de talento.

Qual o melhor concerto a que já assististe?
O melhor e o pior estão por vezes associados ao estado de espírito do momento, mas pelo seu peso histórico, o Neil Young, o primeiro concerto dos Rolling Stones em Portugal e o Robert Plant marcaram-me e de repente lembro-me dos Nirvana ou dos Pearl Jam… os Waterboys no antigo Campo Pequeno também foi incrível.

Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Tom Waits

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Qualquer um do Jimi Hendrix

Qual o teu guilty pleasure musical?
Não tenho preconceitos musicais.

Projectos para o futuro?
Tentar fazer sempre melhor.

Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
"Born to Run" – Bruce Springsteen

Obrigado pelo tempo despendido, que esta edição seja a primeira de muitas.

Um abraço forte.


Relembramos que a primeira edição Proença-a-Nova Rock Fest realiza-se no dia 24 de Junho, o início está marcado para as 18h30, no Parque Urbano Comendador João Martins, a entrada é livre.

Sem comentários:

Enviar um comentário