sexta-feira, 28 de abril de 2017

Conversas d'Ouvido com Serushiô


Os Serushiô, duo português de blues rock, formados por Seru (voz, baixo e lap steel guitarra) e Zé Vieira (guitarra eléctrica, bateria), estão de regresso com o novíssimo disco Groove Lee. A produção deste disco contou com nomes de referência como Fred (Orelha Negra, Banda do Mar), Francis Dale, Zé Nando Pimenta (Paco Hunter) e Marina Norton. Aproveitando o lançamento do mais recente disco fomos conhecer melhor este duo portuense.
Estivemos à conversa com os Serushiô pela voz de Seru (Sérgio Silva), em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...
Como surgiu a paixão pela música? 
Deve ter acontecido muito cedo, antes dos 6 anos, pois não me lembro de não ser um apaixonado por música. Há vários momentos marcantes como o dia em que um amigo me empresta o álbum dos The Cult, Electric, gravei para cassete e ouvi vezes sem conta
Como surgiu o nome Serushiô?
Serushiô é o modo de dizer o nome próprio Sérgio em Japonês. Tive vários amigos oriundos da Ásia e achava peculiar que não conseguissem pronunciar o “r” de Sérgio. Fui utilizando o termo em tom de brincadeira no início de carreira e depois colou e ficou.
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Sinceramente não gostamos de definir o nosso estilo pois isso poder-nos-ia confundir e limitar um pouco. Gostamos no entanto quando alguém o faz pois ajuda-nos a perceber como os outros ouvem a nossa música. 
Editaram recentemente novo disco, o que podemos esperar de “Groove Lee”?
Um conjunto de canções com boa energia para ouvir e dançar durante o Verão. Há inclusive músicas para o dia ou noite, sol ou chuva
Neste disco contam com algumas colaborações especiais, com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria e ainda não foi possível?
Há muitos artistas com quem gostaríamos de trabalhar: Marc Ribot, Mark Lanegan, PJ Harvey… muitos…
Para além da música, tens mais alguma grande paixão?
Gastronomia. Penso que há vários semelhanças entre realizar uma boa refeição ou bom vinho e compor um tema musical. A apreciação também é similar.
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Vantagem é conseguir tornar reais sentimentos que nascem dentro de nós. É muito bonito ver nascer uma canção desde a primeira ideia à gravação às actuações ao vivo.
Quais as vossas maiores influências musicais?
Talvez o Blues do Delta (Son House) nos tenha dado assertividade e pureza. Tom Waits e Bob Dylan, Johnny Cash poder da canção. O Rock N' Roll é a realidade do período em que crescemos.
Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Depende da própria música. O clássicos tendem a soar melhor em Vinil Ex: Captain Beefheart “Safe as Milk”. A limpeza do Cd também é boa para álbuns como “Rising Sand” Robert Plant & Alison Krauss. Streaming é óptimo para conhecer nova música. Mp3 é o preferido para as tours por ser imensamente prático.
O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Um rio por mais pequeno ou maior que seja nunca poderá “matar” ou “salvar” a Terra. É algo bom com certeza pois transporta um bem essencial.
Qual o disco da tua vida?
Vai mudando há discos de períodos. Há muitos, alguns dos quais já referi.
Qual o último disco que te deixou maravilhado?
Talvez o Rising Sand - Robert Plant & Alison Krauss
O que andas a ouvir de momento/Qual a tua mais recente descoberta musical?
Howe Gelb/Giant Sand, vimos um belo concerto deles em Braga no Festival para Gente Sentada.
Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
Penso que apenas problemas técnicos. Ter de continuar a tocar enquanto trocavam o microfone…, a guitarra e outros tantos, sempre como tudo, estive normal 😊
Para quem gostarias de abrir um concerto?
Rolling Stones
Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Todos Portugal tem alguns dos palcos mais bonitos do mundo como acontece no Paredes de Coura, Primavera Sound, Noites Ritual, Alive….e tantos outros.
Qual o melhor concerto a que já assististe?
Do mesmo modo não há um que impere sobre os outros. Há coisas de um e coisas de outros. Mas o The Kills no Coliseu de Lisboa foi um espectáculo fantástico.
Que artista ou banda gostavas de ver ao vivo e ainda não tiveste oportunidade?
Tom Waits.
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de teres nascido) em que gostarias de ter estado presente?
Talvez um concerto dos The Doors ou Led Zeppelin. 
Qual o vosso guilty pleasure musical?
Nunca nos sentimos culpados de gostar de uma musica é até engraçado quando reparamos que estamos a ouvir algo que julgaríamos não gostar. 
Projectos para o futuro?
Tocar, tocar e compor. Gostamos de experimentar e testar novos temas antes de os gravar.
Que música gostarias que tocasse no teu funeral?
Emir Kusturica.

Obrigado pela tempo despendido, boa sorte para o futuro.

Ficamos agora ao som do mais recente álbum Groove Lee, que se encontra disponível para escuta através da plataforma Bandcamp.

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