terça-feira, 18 de abril de 2017

Conversas d'Ouvido com Plutão Já Foi Planeta


Os Plutão Já Foi Planeta são uma banda brasileira de indie pop, compostos por: Gustavo Arruda, Khalil Oliveira, Natália Noronha, Nuno Campos (Sapulha) e Vitória de Santi. Estrearam-se nos discos em 2014 com Daqui Pra Lá, este ano editaram o segundo LP A Última Palavra Fecha a Porta, que conta com a participação especial de Liniker e Maria Gadú.
"Viajamos" novamente até ao nosso país irmão, atravessamos o Oceano Atlântico, para conhecermos melhor os Plutão Já Foi Planeta em mais uma edição das "Conversas d'Ouvido"...


Ouvido Alternativo: Como surgiu a paixão pela música?
PJFP: Todos da banda tem essa paixão pela música desde criança, cada um de uma maneira peculiar. Natália, Khalil e Vitória tiveram iniciação musical cedo. Gustavo e Sapulha puxaram ouviam por tabela a música que os pais ouviam. 
Como surgiu o nome Plutão Já Foi Planeta?
A gente costuma dizer que essa é a maior dificuldade de iniciar uma banda: escolher o nome. Depois de muitas tentativas e um artigo de 2006 lido fora de tempo sobre o rebaixamento de Plutão, veio o nome na cabeça. Pensamos que esse nome poderia nos trazer bons frutos, que geraria curiosidade. Também gostamos do fato de ele ser diferente, o que tinha coerência com a nosso proposta enquanto banda. Apesar de uma certa estranheza incial, depois todos caimos de amores pelo nome.
Editaram este ano o disco “A Última Palavra Feche a Porta”, para quem ainda não ouviu o que podemos esperar?
Toda a essência que criamos com o primeiro trabalho, o Daqui Pra Lá, somado a um amadurecimento pessoal e musical. Acrescente também todas as experiências vividas em 3 anos de banda, a produção fantástica de Gustavo Ruiz, o coração na ponta das palhetas e baquetas. Essa mistura sintetiza o nosso novo trabalho. O disco é, espontaneamente, uma reflexão e relatos sobre a saudade. 
Querem contar-nos como foi colaborarem com Liniker e Maria Gadú?
Ficamos muito felizes com essas participações. É uma honra gravar com duas artistas incríveis da música brasileira. Adoramos a energia que elas adicionaram nas nossas composições. Basta ouvir pra saber que as duas estão de corpo e alma ali.
Como gostam de descrever o vosso estilo musical?
Ouvimos recentemente o termo Pop Balsâmico pra definir nosso som. Frente a essa grande dúvida que nos cerca desde o início da banda, essa de descrever o estilo, gostamos e já estamos adotando. 
Para além da música, têm mais alguma grande paixão?
Dentro da banda isso varia muito, mas citarei algumas: futebol, cinema, literatura, comida, séries, dormir (risos).
Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
A grande vatangem de se trabalhar com arte é a troca. Estamos sempre vendo e conhecendo novas pessoas, atingindo e experimentando novas perspectivas. A arte e o lado andarilho do músico permitem isso. Estamos sempre em contato com novidades, com coisas inesperadas. As desvantagens é que o cenário pode ser muito variável. O que é hoje não é amanhã, às vezes. 
Quais as vossas maiores influências musicais?
Citando algumas: Little Joy, The Beatles, Warpaint, Bon Iver, John Frusciante, Cidadão Instigado, Syd Matters, Pink Floyd, Rodrigo Amarante, Tim Maia, Os Mutantes, Caetano Veloso, The Strokes, Solange, Rihanna, The Kills, etc.
Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Outra coisa bem variada dentro da banda. Acho que dessa lista só não rola o K-7, mas a banda tem colecionadores de vinil e CD, inclusive. 
O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
O streaming democratizou a música. Tem seus problemas em aspectos comerciais, principalmente se lembrarmos do auge das grandes gravadoras no Brasil. Diria que é uma mudança de cenário que artistas e empresas têm que se adaptar. Hoje é mais difícil ver novos sucessos, bandas novas que lotam lugares grandes, mas também é possível ver uma galera de Natal que começou uma banda em uma brincadeira. O streaming nos trouxe até aqui e colabora muito pra divulgação do nosso trabalho.
Qual o disco da vossa vida?
Com uma rápida pesquisa aqui entre a banda, alguns nomes: Shadows Collide with People (John Frusciante), The Fool (Warpaint), Jardim Elétrico (Os Mutantes).
Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
Comedown Machine (The Strokes), Tropix (Céu), A Mulher do Fim do Mundo (Elza Soares).
O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Esses discos citados na última pergunta estão bem presentes quando a gente se junta. Acrescentaria Warpaint, The Kills, Vulfpeck, Albert Hammond Jr. e Julie Byrne é uma descoberta recente que surpreendeu. 
Para quem gostariam de abrir um concerto?
Rodrigo Amarante, Céu, Marcelo Jeneci. Essa lista pode ser infinita (risos).
Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Um dos grandes objetivos da banda é figurar nos principais festivais de música, nacionais e internacionais. Tem o Lollapalooza, Rock in Rio. Temos muita vontade de tocar fora do Brasil também, principalmente em Portugal, pela língua e por relatos de amigos que tocaram por lá e adoraram, e Argentina, pela história musical riquíssima e pelo sangue latino que dividimos. 
Qual o melhor concerto a que já assistiram?
Paul McCartney foi um show marcante.

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Ah, tem tanta coisa legal por aí. Mas de primeira, o que vem na cabeça é The Strokes, Warpaint, Sigur Rós e Arcade Fire. 
Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
Embora seja um clichê, Woodstock. Rock in Rio de 85 também. Um clássico.
Qual o vosso guilty pleasure musical?
Quem já teve a oportunidade de estar no camarim do Plutão antes dos shows sabe que sempre temos uma caixinha de som recheada de músicas assim. Tem Molejo, Grafith, É o Tchan, Reflexu's, Raça Negra, Rouge. Curtimos tudo!
Projectos para o futuro?
No momento estamos bem focados em divulgar nosso novo trabalho e rodar o país todo. Essa sempre foi a idéia desde o começo da banda. O que vier além disso vai ser plano novo e consequência de coisas que irão acontecer na nossa caminhada. 
Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Essa. Essa. (risos)
Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Terminamos ao som do single: "O Ficar e o Ir da Gente"

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