quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Conversas d'Ouvido com The Oafs


Estivemos à conversa com os The Oafs, banda de indie folk, proveniente de Viana do Castelo. Os The Oafs, são: Eva Gomes (voz, guitarra e percussão),  João Dias (guitarra, vozes), Afonso Carvalho (clarinete, percussão, vozes) e Raul Carvalho (baixo, vozes). Formados em 2013, editaram no ano passado o LP My Scars and Stories. Nesta edição das Conversas d'Ouvido falamos não só do novo disco, mas também de influências, embaraços e discos de uma vida...


Como surgiu a paixão pela música?
Todos nós somos família, por isso podemos dizer que a música nos corre no sangue. Mas também foi trabalhada, isto é, desde muito cedo que tivemos experiências individuais em bandas, bandas filarmónicas, grupos folclóricos, coros de igreja, que nos foram construindo como músicos, tudo culminando com a criação dos The Oafs.

Como surgiu o nome The Oafs?
Quando criamos os The Oafs, procuramos um nome que ficasse no ouvido das pessoas e algo que nos representasse. Pretendemos que as pessoas vão a um concerto nosso e que aproveitem a música, esquecendo, por momentos, os problemas das suas vidas, precisando para isso de serem um bocado OAFS (desajeitados), alheios às normas que a sociedade impõe.

Como descrevem o vosso estilo musical?
Sem dúvida que o nosso estilo é indie/folk. Embora neste novo álbum “The Oafs – My Scars and Stories”, criamos também sonoridades mais características do pop e do rock.

Conseguem explicar-nos como se desenvolve o vosso processo criativo?
É um caos organizado. Temos ideias individualmente, que expomos nos ensaios, umas que rapidamente se desenvolvem para algo mais do que uma ideia, outras que não. Mas é natural, nem todas as ideias são boas. Depois aliamos as melodias às letras e aos acordes com que nos identificamos e que passam a mensagem que queremos. A criação é um processo muito cansativo e por vezes desesperante, mas depois de concluído é muito recompensador, porque criamos algo novo e isso somos nós a deixarmos a nossa marca no mundo, no tempo.

Editaram no ano passado o álbum “My Scars and Stories”, para quem ainda não ouviu, o que podemos esperar?
Podem esperar música original, com uma sonoridade característica, onde contamos histórias, algumas boas e outras menos boas, como todos temos na nossa vida. Contamos o significado das ‘’Scars’’ (rugas/cicatrizes) e as ‘’stories’’ (histórias) que lhes deram origem. Dedicamos este álbum a todas as avós, as nossas heroínas.

Para além da música, t que tocasse no vossomavamstiram que tocasse no teusosavas ariasêm mais alguma grande paixão?
Sim. Desde a natureza, teatro, fotografia, cinema e leitura, são muitas as paixões.

Qual a maior vantagem e desvantagem da vida de um músico?
Acreditem que é um trabalho igual a todos os outros. Temos a possibilidade de nos expressar através da música, mostrar o que criamos, de levar o nome da nossa terra pelo mundo fora, mas principalmente temos a oportunidade de mudar a vida de alguém com a nossa música e isso sim, é algo de extrema importância.
Por outro lado, há as partes menos positivas, já que nem sempre é fácil encontrar uma oportunidade para mostrar o nosso trabalho. A velha história do: queres tocar? Tens que pagar!

Quais as vossas maiores influências musicais?
Bem temos muitas, gostamos de muitos estilos e muitos artistas. Mas principalmente: Mumford and Sons, Jeff Buckley, Rui Veloso, Damien Rice, Of Monsters and Men, Tiago Bettencourt, The Lumineers, Coldplay, David Fonseca, Muse, Queen, System of a Down, entre outros.

Como preferem ouvir música? CD, Vinil, K-7, Streaming, leitor mp3?
Ouvimos principalmente em CD e mp3. Apesar de considerarmos o Vinil a forma mais natural de ouvir música.

O streaming está a “matar” ou a “salvar” a música?
Está a alterar o panorama musical. Hoje em dia qualquer pessoa pode fazer música e ser um sucesso online. É o tempo em que estamos.

Qual o disco da vossa vida?
O. – Damien Rice, Grace – Jeff Buckley, OK Computer – Radiohead.

Qual o último disco que vos deixou maravilhados?
My Favorite Faded Fantasy - Damien Rice.

O que andam a ouvir de momento/Qual a vossa mais recente descoberta musical?
Já não são recentes mas andamos a analisar a obra de uma banda islandesa, Sigur Rós. Aconselhamos.

Qual a situação mais embaraçosa que já vos aconteceu num concerto?
O Afonso deixar fugir uma baqueta, que pousou a 3 metros dele, a meio de uma música. Mas como foi numa pausa ele conseguiu ir buscá-la a correr e continuar a música a tempo. Só por curiosidade, ele tinha baquetas suplentes a 20cm.

Com que músico/banda gostariam de efectuar um dueto/parceria?
A Eva ia adorar fazer um dueto com o David Fonseca. É uma grande fã!
Para nós o Camané tem uma voz única, a voz dele aliada à nossa música ia ficar espetacular!
Quanto a banda, talvez os Coldplay mas não sei se eles iam aguentar a pressão de tocar connosco!

Para quem gostariam de abrir um concerto?
Sem pedir muito, U2, no estádio de Wembley!

Em que palco (nacional ou internacional) gostariam um dia de actuar?
Nacional, adorávamos o Festival Paredes de Coura, porque fica na nossa zona, Viana do Castelo. Internacional, porque não Coachella? Ou Glastonbury?

Qual o melhor concerto a que já assistiram?
Muse no Meo arena. Brutal!

Que artista ou banda gostavam de ver ao vivo e ainda não tiveram oportunidade?
Coldplay e U2, por exemplo, mas muito outros.

Qual o concerto da história (pode ser longínqua, mesmo antes de terem nascido) em que gostariam de terem estado presentes?
Esta é fácil, Queen ao vivo no estádio de Wembley, a 12 de Julho de 1986. Nenhum de nós era nascido, mas este concerto é algo de surreal.

Qual o vosso guilty pleasure musical?
Temos muitas coisas escondidas no CD, nas músicas e nos nossos vídeos que são “inside jokes”. Quase ninguém entende mas estão lá. E gostamos de fazer isto.

Projectos para o futuro?
Muitos. Isso não falta, este 2017 vai ser para consolidar o nosso nome e música por todo o lado, e tocar! Já temos diversas datas marcadas e temos umas ideias originais, como um concerto para animais!

Que pergunta gostariam que vos fizessem e nunca foi colocada? E qual a resposta.
Quais são as vossas taras antes de entrar em palco?
Eva, Raul e Afonso: desaparecem, por diferentes razões (WC)
João: Ficar a apreciar a cena.

Que música gostariam que tocasse no vosso funeral?
"Come Back Home", uma música do nosso primeiro EP: "The Oafs – Mr.J.’’, que fala sobre sentir a falta de alguém.

Obrigado pelo tempo despendido, boa sorte para o futuro.
Obrigado pela oportunidade nós. Foi uma boa entrevista e com este tipo de iniciativas é que a música em Portugal vai crescer. Obrigado. THE OAFS

Ficamos agora ao som dos The Oafs e do single "My Superhero"

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